terça-feira, 19 de maio de 2009

Em São Paulo, VALET tudo... ou quase!


Meu conhecimento do mundo ainda é vago, mas com toda certeza, afirmo que São Paulo é uma cidade paradoxal! Por exemplo, em um dia comum de trânsito (200 km de retenção), em nossa belíssima Marginal Pinheiros, daria para atravessarmos a Bélgica!! Mas não estamos na Bélgica, longe disso, estamos lá, travados nos malditos engarrafamentos colossais!

E apesar disso tudo, inacreditavelmente, com essa enormidade de carros por aí, não se tem problemas para parar o carro, DESDE QUE se pague, e caro, por isso. A mesma São Paulo que é o celeiro mundial dos apressadinhos motoboys, tem outro personagem que surge no lendário trânsito da cidade: os “valets”, como os manobristas passaram a ser chamados. Dai-me paciência Odin...

Suponho eu que, em qualquer lugar do planeta, os tais “valets” representam uma espécie de luxo e sofisticação. Fazem parte de um serviço ligado aos hotéis cinco e seis estrelas e olhe lá. Em Sampa, estão em lugar-comum!

Talvez porque a dura realidade urbana de nossa cidade, a maior brasileira, ofereça a oportunidade de se gerar mimos aos cidadãos, e não somente para sua mais alta casta. Reparem: em São Paulo, não há restaurante sem Valet Park, mesmo lojas oferecem o serviço.

O mais incrível foi passar pela situação! Parei outro dia pra tomar um café no Starbucks e para minha surpresa... Valet na porta! O safado do manobrista se aproxima com o sorriso mais lavado que eu já vi, pega o carro e some com ele sabe-se lá pra onde!! Rsrs...

O cafezinho de R$ 5 “pilas” acaba de ser creditado em mais R$ 10 “mangos”, mas preferi não pensar muito nisso no momento em que aconteceu. Até porque, em São Paulo, ninguém quer ser um reles mortal – como um sueco, um londrino, ou um carioca – que precisa pensar nessas mundanidades de procurar uma maldita vaga nos arredores do estabelecimento escolhido. Em miúdos: São Paulo anseia e tende a se transformar (se já não é) em uma Meca do luxo, mesmo porque, um lugar onde se vende mais canetas Montblanc que na Suíça merece esse título. E esse fenômeno se expande para um conceito de luxo para todos. Nessa droga de país (“BRAZIL”), o desperdício se traveste de abundância!!

Ou seja, o “valet” virou nada mais, nada menos, que um coringa. Uma espécie de mágico que faz o Brasil real desaparecer diante da primeira inconveniência!
E não, não sou pão duro, apenas acho abusivo, pouco funcional (e seguro) colaborar com isso... uma vez na vida e outra na morte!
Guttwein, T.

15 Opiniões:

L. Cavalcante disse...

Ah, juro que não sabia dessa moda em SP. Cara, tbm achei um absurdo pagar quase 5 "mangos" pelo serviço super, hiper, extremo e utilíssimo de um "valet". Ah, fala sério, São Paulo cresce, mas não inova em ideias praticas e modernas, apenas valoriza o desnecessário.

P.S: A quanto tempo não ouvia "pilas" nem "mangos", hehe.. sempre bom lembrar, sinônimos nos textos ajudam muito, :D

Daniel Leite disse...

O "Valet" - cuja incidência em São Paulo também me surpreende - não deve ser nada mais do que um agente econômico. Por conta deles e dos preços para estacionar o veículo, sobram vagas. Se fosse simples, faltariam. Pouca gente está disposta a guardar o carro por uma quantia financeira alta. Sendo gratuitos - ou baratos -, porém, os estacionamentos seriam os melhores exemplos de caos.

Até mais!

Kelly Christi disse...

Eu sempre digo que sampa é contraditória em muitas coisas, o "Valet" foi um bom exemplo q citou, mas é so caminhar na Avenida Paulista e observar, as casas, os lugares, carros, e perceber q Sampa tá cada vez mais seletiva em termos de classes e cada vez mais cara pra se viver...

(add seu blog no meu)

bjito,

Kelly Cris.

Anônimo disse...

é, pagar pra respirar.

Dayane Pereira disse...

POxa.. Impressionante. E bem vindos a terra da garoa!! hehe
bjinhos.

Janaína de Souza Roberto disse...

Estar vivo + colocar os pés pra fora de casa = PAGAR (e caro!)
Não acho digno. Adorei o post.

Abraços poéticos,
Janaína de Souza.

Alexandre disse...

Pra gastar dinheiro, basta estar vivo. E em SP isso é mais caro.

Inez disse...

São Paulo é contraditória demais e ao mesmo tempo uma cidade com nuances prórpios.
Agora, é um absurdo o preço dos estacionamentos, ainda mais com valets, isso é.

Nanda disse...

É nascer pra estar gastando.. hhehe

*Teta de Nêga* disse...

É mesmo um absurdo ter que gastar tanto dinheiro com isso!
Mas vai deixar o seu carro na rua pra ver o que acontece: se não tem flanelinha que tb cobra o olho da cara, o carro acaba virando uma lenda urbana!

Aninha disse...

O pior é exatamente o "sabe-se pra onde". Pq muitas vezes, apesar de pagarmos caro pelo serviço tais lugares q oferecem esse "luxo"não tem estacionamento próprio e os tais valetts estacionam nossos lindos automoveis na rua msm!!!

Isso sim é absurdo...

Como sempre ótimo texto!

Lucas Donato disse...

Nessas horas vejo, que a minha cidade pequena não é tão ruim assim,

muita sacanagem isso!

http://lucas-donato.blogspot.com/

CAMILA de Araujo disse...

Ahhh...não fala isso, eu sou carioca :~~

EUHEUHEHEUHEUHEUEUHEUHE

www.conto-um-conto.blogspot.com

Anônimo disse...

Valets em São Paulo e pedintes no interior do paraná.... pagando pra poder sair do carro até nossos destinos.... ééé a vida!

Luiza disse...

Adorei! "O desperdício se traveste de abundância": disse tudo!!