domingo, 31 de janeiro de 2010

É apenas a junção de duas histórias em uma só!

Esta semana, por coincidência, vi várias matérias em diferentes veículos de comunicação sobre um tema em comum: "a receita para se ter um casamento feliz".

Com o mundo como está, cheio de suas correrias e busca pelo progresso, as pessoas estão cada vez mais individualistas e egoístas. O dia nos suga a energia de tal forma, que acabamos ficando sem nada para dividir com outra pessoa, principalmente se esta pessoa for um marido ou uma esposa.

O tempo é curto e precisamos chegar a algum lugar. Cada um sabe onde é sua "linha de chegada", e se dedicam tanto a cruzá-la, que não sobra espaço para mais ninguém. "O casamento está em extinção"! É o que ouço por aí... Será mesmo?? Será que as pessoas não sonham mais em juntar as escovas de dente? O sonho dourado de viver feliz para sempre é coisa do passado?

Voltando às matérias que vi essa semana...

Na TV, juntaram casais de velhinhos que estão casados há mais de 50 anos e os questionaram sobre a fórmula mágica do amor! Qual seria o segredo para uma união tão longa? E os velhinhos respondiam: tolerância... paciência... saber ceder... bom humor...

Na revista, juntaram casais jovens, mas que também são considerados verdadeiros recordistas na categoria amarrados para sempre. Casais com união de 10, 12, 15 anos, contavam seus segredinhos para a raridade conquistada. E diziam: fazer massagem nos pés da esposa após um exaustivo dia de trabalho... saber sorrir com ternura quando o marido está estressado... dividir a cozinha com ela... deixar o jantar pronto pra ele... saber dar um olhar diferente e cativante.

Enfim, receitas para quem ainda busca o matrimônio. Eu, que ainda sou uma das sonhadoras de plantão na questão, voltei minha atenção para um casal de velinhos que disse: "nossa cumplicidade é tamanha, que basta um olhar, e um já sabe o que o outro está pensando". E também outro em que a mulher disse: "o segredo é ceder". E prontamente o marido respondeu: "mas eu cedo mais!"; e em seguida uma gargalhada dos dois. No primeiro comentário, vemos a cumplicidade estampada; no segundo, vemos a paciência e a impaciência juntas, e o bom humor acima de tudo.

Isso me fez pensar que, todas essas coisas citadas, compõem um relacionamento estável e feliz. Mas, quem realmente quer manter uma união duradoura, desenvolverá seus próprios segredinhos pra isso. Afinal, viver junto é um aprendizado diário, em que ambos trocam suas experiências em benefício do sentimento maior que os uniu.

Casamento é a denominação que inventaram, mas o que faz mesmo sentido é o objetivo de cada um de estar junto e dividir tudo que vier. Uma felicidade na simplicidade do querer, do gostar... é a vontade de que sua história se misture com a história do outro, tornando o viver numa história só... "e que seja eterno enquanto dure"...

P.S.: eu sonho que, quando chegar a minha vez, dure mesmo a vida toda... rsrs!
Ariane Aleixo

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Você é o próximo...


Olhando aqui dessa varanda, já não sei precisar, muito menos definir, o que é o Tempo... Se ele foi justo para comigo... Se eu soube aproveitar as oportunidades que me apareceram... Não digo que gostaria de voltar e refazer algumas coisas. Não chega a esse ponto. Porém, assim como os faraós, gostaria de uma vida mais longa, desfrutar da eternidade se fosse possível!

De uns tempos para cá, devido às circunstâncias, acabei notando que peguei uma certa ojeriza por velhos! O termo é esse mesmo, o-je-ri-za! Essa falta de mobilidade, falta de independência, falta de equilíbrio, até mesmo de sanidade... meu Deus... o que é que não falta para os velhos(as) afinal!?

Tento aparentar simpatia, mas minha criação acaba meio que me segregando dos demais desse ambiente... Aliás, não há razão para que eu me enturme com essa laia da Terceira Idade. Estou aqui apenas temporariamente, meus familiares me garantiram isso! Oito meses atrás, lembro-me perfeitamente... Apenas enquanto a reforma de nossa mansão não é finalizada...
Sentada nessa cadeira de balanço, a brisa da tarde acaba me distraindo e minha leitura fica de lado.

Prefiro me perder em meus pensamentos, nas minhas memórias... Minhas viagens ao redor do mundo, tudo conquistado através do balé. Quantas e quantas pessoas pelo mundo afora não pagavam uma fortuna para ir à casa de show e no final... me aplaudir de pé! Que sensação gratificante! Fora a fortuna que consegui juntar e os inúmeros homens que dariam tudo para passar apenas uma noite comigo... de fato, não tenho muito do que reclamar...

Fico imaginando onde estarei daqui a seis meses... em Paris talvez... ou em Milão... O certo é que me resgatarão o quanto antes desse museu estagnado no tempo. A promessa disso soou forte ao telefone na semana passada. As pessoas por aqui parecem atrofiar-se cada vez mais... Luto para não acabar com umas e outros... fazendo crochê e jogando damas! É temporário... e é só isso que importa...

Sinto o coração apertado, como se ele estivesse com preguiça de fazer seu papel... A saudade de minhas viagens e de minha família, só pode ser isso. Até agora pouco estava com isso na cabeça... Acho que vou deitar-me um pouco. Tentar terminar esse livro do Sidney Sheldon e quando menos esperar, lá estarei eu, novamente, perdida em minhas memórias...


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Elizabeth não mais acordou. Após oitenta e sete anos, morreu dormindo. Apesar de sua fortuna, sua família preferiu deixá-la em um asilo no interior do Estado, alegando que ninguém tinha tempo nem paciência para lidar com uma mulher tão independente e “teimosa”...
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Guttwein, T.

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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tempos Modernos...


Quem lê jornal com certa freqüência, deve ter se deparado em algum momento com a notícia(curiosidade) de que o brasileiro está ficando mais alto, (porém) e mais gordo. A média gira em torno do mínimo de 1,70m. Eu tenho 1,73 – da altura eu não reclamo, do sobrepeso, bem... Mas fazer o que, o brasileiro está radiante e não serei eu, o gordinho-raivoso que vai estragar com tudo.

Por que da alegria? Bah! O brasuca médio não está só comendo mais e espichando, mas casando-se a rodo e comprando carros iguais a uns tarados! De janeiro a Novembro do ano passado foram vendidos nada menos do que 2 milhões e meio de automóveis. E de acordo com o IBGE, só no ano passado, houve a gritante cifra de 959.900 uniões registradas. Fora os casais que nem no cartório se dão ao trabalho de ir... juntam-se as escovas de dente e está bom demais!

Estou quase fazendo parte dessa estatística nupcial. Faltam-me alguns recursos apenas($), não vontade, mas, mesmo estando com meu sobrepeso e um pouco acima da média de altura , consegui me amasiar com uma brasileira MUITO jeitosa... na média estatural nacional e abaixo do peso – embora não pare de reclamar de umas gordurinhas localizadas que só existem na cabecinha dela...nunca as vejo!

Pois bem, com esse pesinho a mais e o peito cheio de amor para dar, seria bom o brasileiro cuidar melhor do coração – e esta cuidando. Lembram-se de 1989, quando Fernando Collor foi eleito? Então, 31% dos brasileiros era fumante!. Hoje, menos de 15% da galera nacional tem ainda o hábito de se amontoar nas calçadas, e claro, pelas ruas, buscando um pedacinho de céu para espraiar suas fumacinhas, já que fumar em lugar coberto hoje em dia está proibido. Como não poderia deixar de ser, o coração do brasuca enfarta muito menos do que já 15, 20 anos atrás.

Se a classe dos cardiologistas anda soltando rojões, a dos endócrinos ainda se descabela. A diabetes tem sido um problema seríssimo! Também, é biscoito recheado, Coca Cola com Doritos,rodízio de pizza... uma hora o problema tinha de aparecer. Se brasileiro ouvisse mais a mãe, afinal, ela sempre foi contra esse amontoado de porcaria... Se ouvisse mais, a gente não teria demorado tanto tempo para “decolar”; “Brasil decola” aliás...

Sobre decolar, lembram-se daquela capa da revista The Economist, onde o Cristo Redentor subia aos céus, (não como está na bíblia), mais como um foguetão mesmo... Modestamente, aquele Cristo, de braços abertos, eu sempre imaginei que ele esta simplesmente se preparando para dar aquele mergulho na Lagoa Rodrigo de Freitas, porém, a versão super-sônica da Economist me agradou...

Com o Redentor nas alturas, nosso destino não será apenas abrasileirar o mundo, como gritava por ae Darcy Ribeiro, um dos mais, se não o maior brasilófilos , mas tropicalizar o Cosmos.

Entretanto, antes do Cristo tomar posse da Lua, o brasileiro precisa resolver algumas pendências urgentes. Segundo a O.M.S, vinte milhões de pessoas ainda não têm esgoto, em nosso país. Enquanto uns decolam(ou quase), outros têm que agachar-se no fundo do quintal, apoiar-se no muro ou num pé de banana e fazer o esforço de mirar num buraco. Situação complicada. Ainda mais agora, que estamos mais altos, e não bastando, mais gordos.
Guttwein, T.

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domingo, 17 de janeiro de 2010

Oferenda para Iemanjá...

E não é que boia...

O tema Olimpíadas Rio de Janeiro vira e mexe está pintando nas telinhas, e entre as inúmeras melhorias propostas, as cobradas e as que se fazem necessárias para que o evento ocorra, está a limpeza da Baía de Guanabara.

Certa feita, terminei de ver um comercial com essa propaganda e a TV, já começando um desses programas sensacionalistas, mostrou um sofá encalhado num mangue, numa região próxima a tal Baia de Guanabara... era um de 3 lugares, parecia ser de couro, (mas duvido que fosse), meio que amarelo, puxando pro dourado, com os assentos todos elameados... e sendo disputado ferrenhamente por 3 urubus enormes! Bárbaro! ¬¬

Não que eu não goste do Rio de Janeiro, mas, quando assisti a transmissão de sorteio de sedes para as Olimpíadas e o presidente do COI abriu o envelope e disse Rrriiioo de Rrranêêiroouu... por Odin! Meu desespero veio a tona tão rápido quanto a imagem que tinha visto instantes atrás... como pode um ser Humano, um ser supostamente Racional, jogar um sofá no mar?!

Todos nós já nos encontramos na rua, algum dia, com um papel de bala na mão, ou uma latinha de refrigerante, olhando em volta, em busca de uma lixeira. Muitos de nós, não encontrando nenhuma, já jogaram o papel no chão, colocaram a latinha num canto, ou ao lado de um saco de lixo – como se, durante a noite, por osmose, quem sabe, ela fosse parar do lado de dentro do plástico preto. Agora, até onde pude ver, nesses vinte e três anos sobre a Terra, as pessoas não andam por aí com sofás velhos nos ombros. Sequer com poltronas. Nem mesmo uma almofada costuma-se levar à rua. Para se atirar um móvel ao mar, portanto, é preciso não apenas má fé, mas esforço, engenho, planejamento e trabalho em equipe.

Certamente, numa quarta-feira ensolarada, o sujeito resolve pegar o telefone e...

- “Siqueira? Tudo bom rapaz? No domingo bem cedinho, tem como você me dar uma forcinha...to precisando dispensar meu sofá, acho que jogando pela ponte fica tudo certo...”,

-“Sem crise Bebeto, levo a Kombi do meu cunhado, o Zico, ae na tua casa, e a gente faz o serviço ”

-“Tranquilo então, e quando a gente voltar, já sabe, vai rolar aquele churrasquinho esperto aqui na laje de casa...”

Domingo bem cedo, conforme combinado, os amigos se reúnem. A mulher do tal Bebeto põe as Brahmas pra gelar, e ao mesmo tempo orienta os homens na sala:
- “cuidado com o batente”, “olha o abajur, o abajur... cuidado Siqueira!”

Os amigos amarram o sofá na caçamba da Kombi – é uma dessas Kombis caminhonete - e dirigem meia hora até a ponte mais próxima. Talvez, no caminho, façam um bolão: sofá bóia ou afunda? O Bebeto diz que o fogão da prima afundou, semana passada. O tal Zico comenta que a geladeira da tia boiou, já faz o que, uns seis meses?

Chegam à ponte. Param no acostamento. Tiram o sofá da caçamba, contam um, dois, e lá vão os... Pronto, atiraram o sofá no mar. O sofá bóia. Os três o contemplam, sendo levado pela correnteza, naquele silêncio que só as verdadeiras amizades permitem. Bebeto brinca: “Esse é pra você, Iemanjá!”. Depois, sem remorso algum, vão comer churrasco. É o Brasil das Olimpíadas e da Copa do Mundo.
Guttwein, T.

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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Quase um de Caravaggio...


Quando falava-se em matemática, sem sombra de dúvida seu nome era o primeiro a ser mencionado. Gênio. Aparentemente, seu cérebro era um mar infinito de numerais e fórmulas. Poderia ter muito mais dinheiro se quisesse... Mas suas pretensões não o inclinavam à isso. Gostava mesmo era do boxe e de algumas outras coisas... ser “gênio” era um título que ele não fazia questão alguma de mensurar.

O que ele queria e as pessoas pareciam não compreender, era ser um mix de pintor com escultor. Paralelamente aos números e ao boxe, pintava ao menos um quadro por dia.

Não obstante a internet, ia de porta em porta, galerias de arte, museus... oferecendo seus trabalhos à quem ele julgava que saberia reconhecer algo de valor. Anunciava até no jornal.

Mas ninguém parecia querer “aquilo”. Igualitariamente todos o consideravam um pintor absolutamente medíocre, sem nenhuma chance de progredir, de ter sucesso.

- “Você é um ótimo boxer, e como Homem dos Números então, nem se fala, mas... você nunca será um Caravaggio”.

As vezes permitir que amigos (mas apenas os bons amigos) sejam francos demais mostra-se perigoso... Ouve-se coisas que não se gosta.Opinião que ouviu, mas ignorou por completo. Considerava-se boníssimo no que fazia, exatamente como seu ídolo mor, Michelangelo Merisi (o Caravaggio), que aliás, era um brigão incorrigível, dono de uma personalidade fortíssima, assim como ele. Caravaggio, assim como grandes nomes, tinha enormes dificuldades em vender seus proventos, mas que, depois da morte,torna-se obrigatório nos mais famosos museus.

A seus olhos, a única diferença entre ele e grandes nomes da Arte resumia-se ao seguinte: Tais nomes tinham descoberto uma espécie de “fórmula” para fazer obras de arte. E o período que eles viveram propiciou isso. Já ele, ainda não conseguira. Mas isso aconteceria, e cedo de preferência; e então todos que renegaram seus trabalhos se curvariam diante dele. Era questão de tempo. E questão de sorte.

Alheio a qualquer maneirismo, mas sensível à interpretação poética e transfiguradora do mundo real, Michelangelo Merisi da Caravaggio foi um artista despojado numa época marcada pelo excesso ornamental barroco. Contra a corrente saudosista de seu tempo, plasmou uma arte arraigadamente humana, realista e original. Seu critério quase "funcional" de pintura, à moderna, teve o condão de enfurecer muitos donos da cultura e árbitros do gosto da época. A esses, Caravaggio sempre deu de ombros: pintava para todos os séculos, não para o seu.
Guttwein, T.

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

01/01/2010


A depressão bateu forte dessa vez, mas ao invés do óbvio, de ficar em casa, debaixo das cobertas, vendo TV e esperando tal momento passar... não, dessa vez não. Resolvi sair, beber e quem sabe, aprontar.

Acordei essa manhã e quando olho para o lado, quase morro do coração. Um homem nu deitado na minha cama. Como é mesmo o nome dele? Mas como eu me prestei a isso...

E agora? Tenho a obrigação de dizer bom dia, trazer-lhe um suco ou café talvez? Minha maior vontade agora seria que ele levantasse e dissesse com a maior cara lavada que precisava ir embora voando, porque tem um reunião super importante. Se bem que, isso equivaleria a uma rejeição, que seria uma outra tragédia.

Suponhamos que ele seja amável, ainda na sala elogiando a vista e a decoração do meu apartamento. Deus me livre. O fato de termos dormido juntos dá a ele o direito de se sentir intimo dessa forma?

Definitivamente, por mais situações que eu já tenha vivido nessa vida, meu juízo aparenta não ter se desenvolvido por completo. Que falta que me faz um cigarro nesse momento; daria a vida por um agorinha mesmo por falar nisso. Ora, mas larguei o vício... mas a troco do que mesmo?

Parece uma coisa. Sempre que estou mal e resolvo dar uma espairecida, acabo fazendo algo errado. Seja lá o que for. Mas quem na terra é perfeito? Quem não tem nenhuma lembrança de algo que possa se arrepender?

Queria saber quem foi que dividiu as coisas assim. Porque os homens podem tudo? Nós mulheres conseguimos muitas coisas e tal mas, nesse quesito, ficamos estagnadas. Me aponte que já ouviu um homem ser chamado de “vadio”. Mas uma mulher “vadia” já ouviu não é? É assim mesmo...

Mas sou meio positivista, prefiro estar tranqüila (na medida do possível). Sei que a culpa é dessa maléfica semana de festas de fim/começo de ano, que graças a deus, já passou. O negócio é me atentar com as assinaturas dos cheques, afinal, estamos em 2010, arrumar uma boa desculpa para dar um cano básico no personal trainer e só assumir a ginástica com afincoo na 2ª quinzena de Janeiro. Bola pra frente.

Mais do mesmo, foi só o que mudou.

Guttwein, T

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Drummonidades...


Articulações de idosos não se movem como outrora, ou como nós gostaríamos que se movessem. Principalmente no meu caso, que são feitas de bronze. Eu, Carlos Drummond de Andrade, resido agora (de 7 anos para cá), na praia de Copacabana. Pretendo expor-lhes algo que vem acontecendo comigo com certa freqüência.

Na calada da noite, meus amigos, o mesmo larápio de sempre passa por aqui e rouba meus óculos! Meus óculos de bronze! Como eu gostaria de ganhar lentes de contato... O governo do Rio gentilmente repõe a peça, mas o larápio não tarda a voltar e me assalta!

Nem estátuas têm paz?! Que século XXI é esse?

Agora, quando pretendo levantar e visitar meu efusivo amigo, Heitor(o Villa Lobos) o inevitável acontece. Chego coxeando e dando motivo para a chacota do amigo...

-“No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho/tinha uma pedra/no meio do caminho tinha uma pedra.”

Tropeço em inúmeras pedras, todas no meio do caminho até aqui. E por isso estou coxeando... onde estão os meus óculos? Quem precisa roubar óculos de bronze, por deus!! Você acha mesmo que só porque minhas articulações são de bronze elas são resistentes a tudo? Como me doem...

- Diga-me lá Heitor, em algum momento os óculos não mais serão necessários as pessoas, e principalmente, as estátuas? Esse é meu sonho... achar um profissional que me receite lentes de contato!

- Não sei caro amigo Drummond, realmente não sei...

O tempo não está dos melhores, esta uma chuvinha chata e incessante. Despeço-me rapidamente de meu amigo compositor e volto para meu banco, de fronte a praia... me resta mesmo é esperar por novos óculos. E por um pouco mais de consciência das pessoas!

Após inúmeros furtos, e uma nova reforma e reposição dos óculos, a estátua de Drummond recebeu também uma câmera de segurança, para ver se inibe a ação dos vândalos .
Guttwein, T.