domingo, 12 de dezembro de 2010

Taxi Driver



Havia regressado a pouco das tais Forças Expedicionárias, missão de paz em um país longínquo. Uma guerra que nunca fora sua. Um interesse governamental escuso, omisso, mas tinha consciência de algo; Jamais ficaria sabendo o real motivo para ter sido mandado para lá. Política nunca fora seu forte mesmo. E acabou que no fim, se acostumou com o jorros de sangue e com os constantes gritos, dia e noite. Mas tudo isso era um passado (recente) que estava disposto a esquecer.

O fato é que, agora que estava em casa, precisava se ocupar de alguma maneira, para efetivamente, pensar em outra coisa que senão nas atrocidades das quais fez parte. Surgiu portanto uma oportunidade para ser motorista de taxi. Aceitou sem pestanejar. Não toparia algo burocrático como trabalhar em escritório, pois seus espírito não permitia algo que o acorrentasse. Odiava burocracia e as correntes destrutivas advindas dela.

Mesmo sendo do tipo calado, reforçado por ser um ex-militar, acabava conversando com todo tipo de gente graças a nova profissão. Pessoas que trabalhavam para o governo, gente da televisão, cafetões diversos e claro, “as meninas da noite”... Como ele se referia a elas, as profissionais do sexo. Enfim, uma gama de pessoas e de formas de pensar. Não que esses pequenos fragmentos de conversas agregassem algo mas, inconscientemente, ele pensava mais do que gostaria nas conversas que tinha com seus clientes flutuantes.

Há tempos não via qualquer familiar, a relação nunca fora das melhores. Quando morava com os pais, não havia luxo porém o trivial não lhes faltava. Um pai austero, militar aposentado, uma mãe bastante religiosa. Ria amarguradamente ao se lembrar disso e ainda mais quando pensava no que havia se tornado. Algo completamente aquém das aspirações familiares. “Mas essa é minha vida, não a deles”, assim pensava.

Nunca fora um tipo “maquinador”. Aquele tipo de pessoa que tenta a todo custo controlar seu mundinho particular e de quem está ao seu redor, para fazê-lo girar no seu ritmo. Na verdade, sentia-se internamente como um cão que corre atrás de um carro quando o vê passar. Nunca saberá a razão do porque isso ou porque aquilo, nem o que faria se pegasse o carro finalmente. Simplesmente o faz...

Hoje o tal “cão” finalmente pegou o carro, o dirige, e não contente, ainda leva pessoas aos seus destinos, conforme combinado. “Ironia fina”, assim é que ele gostava de pensar ao lembrar-se disso...
Guttwein, T.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Outro Alguém...


Todos os dias antes de dormir, os pensamentos lhe vêm à cabeça como um furacão de imagens... São tantas e tantas coisas. Se sente confusa, perdida. - Por que não consigo fazer dar certo? - A impaciência é grande dentro de si. Tudo está ali: o início, bons momentos, conquista, felicidade. Quando ELE chegou, a encantou. Mudou sua vida como jamais esperava, a tratava de modo incomparável, o olhar era algo indescritível, o toque sensível era único. Ela estava completa e não precisava de mais nada. - Ele é tudo que sonhei!

Rapidamente se tornaram UM. AMOR, simplesmente não era suficiente para defini-los.

Como se quisesse urgentemente fazer parar de doer, abriu os olhos. E era ela novamente ali, no quarto, sozinha. O sono já não lhe queria fazer companhia há algum tempo. O coração parecia implorar por um batimento, mas o que teve foi um impulso incontrolável que, de dentro pra fora, num piscar longo de olhos, fez escorrer por seu rosto a dor...

De uns meses pra cá, aquele outro alguém insistia em lhe confortar. Na cama, passava todas as noites ao seu lado. Quase sem querer, tomou o lugar DELE. Se tornou totalmente presente em sua vida. Se sentia tão só, que involuntariamente arranjou alguém pra passar os dias.

Em seus pensamentos, jamais desejava esquecê-lo. Mas a solidão a deixou vulnerável, abriu espaço para que outro alguém entrasse. Ela acabou se acostumando. Seu dia era corrido, mas de noite, quando se deitava, havia uma briga entre eles. Um estava em seu coração, outro estava ali, ao lado. Tudo a deixava tão confusa, pensava nesse tipo de "traição". Sua única vontade era inverter os papéis. - Era ele quem deveria estar aqui... - suspirava.

Pensava se tinha errado. Tentava encontrar explicações. Tudo era tão perfeito, mas os acontecimentos da vida os afastaram, "minaram" o amor. Questionava se ELE também tinha um outro alguém, como ela. Preferia não pensar na resposta.

Os segundos rompiam pela madrugada. Achou melhor tomar o remédio, pois tinha que tentar ter o mínimo de sono. Tomou, ajeitou o travesseiro, tomando cuidado com o outro alguém. Agora que o remédio começava a fazer efeito, não queria acordá-lo, seria pior. Permanecia com a certeza de que ficaria com ELE, algum dia... ELE era o amor da sua vida. Era preciso ter paciência.

Enquanto isso se conformaria em ficar assim. Sabia que não tinha feito por maldade tê-lo trocado. Seu raciocínio já estava lento, e o sono chegava de leve...

Dormiu confusa, pensando em porque tinha arranjado outro alguém chamado "Saudade"...
Ariane Aleixo


Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email gratuitamente!

domingo, 21 de novembro de 2010

Podia ser você...

Vida de proletário é assim...

Sentado, olhando através da janela do coletivo, acabou se distraindo e não deu muita importância a questão do horário. Já passava das 23:45hs e ainda assim havia trânsito. As idéias fluíam em sua mente como folhas de árvores caindo num dia de outono; Um turbilhão de idéias... Problemas familiares, empréstimos com amigos, boleto da faculdade, relação difícil com a namorada, desilusão... A lista era grande, difícil até para priorizar.

Olhava para fora enquanto tentava se concentrar, procurando afinal a porta de saída para alguns de seus problemas, porém a música advinda de um celular estava o incomodando. “Papanamericano”. Olhou direta e fixamente para o rapaz que portava o celular, a fim de censurá-lo, mas pouco adiantou. Da mesma forma que ele, o rapaz estava compenetrado em seus pensamentos, um olhar vazio para o nada... E simplesmente nem se dava conta do incômodo que causava aos demais dentro do coletivo com a música alta. Ou simplesmente não ligava...

Uma vez já não mais fiel aos seus pensamentos, passou a olhar atentamente as pessoas que estavam ao seu redor. Inúmeras feições de cansaço, misturadas a expressões de preocupação. As pessoas podem não se comunicar diretamente, mas uma vez distraídas, perdidas nas suas idéias, o rosto as entrega. E percebeu então, que não era só ele que devia estar passando por momentos difíceis.

Diante desse panorama, imaginou então que aquela bendita sensação de levantar diariamente com dois pés esquerdos não pertencia somente a ele.

Ansiou então, poder agir como no filme “Efeito Borboleta”... Voltar ao passado e mudar alguns pequenos detalhes, que obviamente iriam alterar seu presente. Mas olhou para baixo e deu um riso discreto e meio amargurado. Agora, censurando internamente a si por permitir-se pensar assim. Seria a mesma coisa que sair de casa desejando encontrar uma maleta recheada de dólares. Essa era a solução para tudo? Viver de ilusões? Sabia que não... Mas ainda assim, como lidar com tantas coisas ao mesmo tempo?

“Welcome to the Jungle” balbuciou para si... Hora de descer por falar nisso. Desejou boa noite para um desconhecido que estava próximo a porta traseira do coletivo no momento em que descia e foi-se embora. Havia ainda de caminhar um bom pedaço até chegar em casa. Mais alguns minutos para meditar sobre as benditas soluções dos seus inúmeros problemas... Achar a tal maleta com dólares não seria tão ruim assim pensou novamente... (rsrs!)

Guttwein, T.


Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email gratuitamente!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Pior que está, fica... depende de você!


Após um longo e tenebroso inverno... estou de volta! rsrs! A correria faz mesmo com que nos afastemos do que mais gostamos. E escrever aqui é uma das coisas que mais gosto! Vamos ao texto...

Sempre penso em escrever sobre algo que traga uma coisa nova para o leitor. Mas durante essa semana, vi pedaços do horário político obrigatório e pensei: não dá pra assistir calada! É impressionante a quantidade de absurdos que se escuta... um espaço que deveria ser usado para divulgação de propostas para a melhora dos estados e do país, nada mais é, hoje, do que um deboche! Virou mesmo "tiração de sarro" da cara de todos nós!!!

Os slogans utilizados por deputados são verdadeiras "piadas prontas". Olhando mais profundamente nos olhos deles, é possível enxergar o cinismo e a ironia! É um pior do que o outro. Desanima qualquer um... claro, aqueles cidadão sérios como você, que sabem que política não é brincadeira, não é palhaçada. Existe muita coisa precisando de solução, saúde, educação, desemprego... um país que precisa ser mudado urgentemente, enquanto o que eles fazem é rir da nossa cara.

Vendo o "tal palhaço" fazer sua campanha, com sua frase chave "pior que está não fica", quem se sente a palhaça sou eu. Está ocorrendo mesmo uma inversão de papéis. Política virou palhaçada, o palhaço quer ser deputado, e o eleitor... bom, o eleitor virou mesmo o palhaço da história. Isso, para citar apenas um exemplo. Quantos absurdos mais estão sendo ditos pelos canditados?! Perdi essa conta...

O que não podemos esquecer, é que, nessa história toda, quem ainda tem o papel principal, somos nós, OS ELEITORES. Temos o poder de voto nas mãos e precisamos utilizá-lo com muita seriedade. Deixemos os palhaços no circo, e vamos pesquisar sobre canditados sérios e competentes. São a minoria, eu sei. Mas quero acreditar que há canditados dispostos a realizar um trabalho honesto e em benefício do povo.

Esses dias, ouvi por aí: "vou votar no palhaço, porque é o número que vou lembrar na hora". Gente, por favor, não jogue seu voto no lixo. Não o venda, não "se" venda! Muitos de nós ainda viveremos por muitos anos nesse mundão... se não começarmos uma mudança AGORA, o futuro que nos espera será muito, muito pior...

Sei que é bem clichê, mas é assim: votando de qualquer jeito agora, você não estará apto a reclamar depois! Pense, reflita, TOME UMA ATITUDE!!!

Ariane Aleixo

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!


quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pensamentos de uma gata...


Gosto da vida que levo, confortável, tranquila
Nem me lembro mais do sufoco de outrora
Naquele péssimo dia, fui tirada do alto de uma árvore
E minha vida se transformou.

Ele me pegou de jeito, e eu gostei.
Me levou pra sua casa, ofereceu um cafuné
Eu dengosa, me entreguei
E ele se dispôs a cuidar de mim a vida inteira...

Hoje, prefiro estar nas alturas, confiante
Estou forte e tenho domínio sobre minha vida
Tenho lugar quente pra dormir,
Comida boa pra me alimentar.

Gosto mesmo é do meu lugar ao sol,
Me espreguiçar, sentir a liberdade
As noites são minhas melhores amigas
E as manhãs, me acolhem num repouso quieto.

Ele sempre me olha, elogia meus olhos cor de mel
Às vezes parece triste e solitário
Ele reflete, e diz que queria ser como eu
Ter garras como arma, ser independente.

Eu encaro como elogio, e concordo
Não trocaria a vida que tenho por nada
Mas só por curiosidade, na outra encarnação
Quero vir como humano, só pra variar...

E pra saber o que é sofrer...
Ariane Aleixo

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!

sábado, 15 de maio de 2010

Devaneios de Sócrates...

Sócrates: "Nem tudo é novidade..."

Informe Romano, 450 a.C.

Há tempos não surge uma novidade assim para abalar o Partenon, toda a Grécia está num alvoroço só, imaginem vocês. O assunto é uma nova tecnologia, que até onde se sabe, vai inovar a forma como lemos.

Para aqueles que estão alheios a tudo isso, devido as guerras em prol da expansão do Império, tento explicar... Basicamente é algo parecido a uma tábua, retangular, do tamanho de um tijolo, que embora seja fino, andam a chamar de "livro". E pasme, a novidade é tão estarrecedora, que já falam pelas vielas da Acrópole que o papiro está com seus dias contados!

O que vem para diferenciá-lo, é que, até o momento, nosso bom e velho rolo onde escrevemos, muito eficaz e precioso por sinal – 1000 anos de utilização ao menos não é para qualquer um – o tal "livro" separa a escrita em dezenas, centenas de retângulos de papel. Para ir de um parágrafo a outro, quando se chega ao fim da tal "página", é preciso virá-la e recomeçar a ler lá em cima, o que segundo alguns estudiosos (e céticos quanto a novidades), atrapalha o raciocínio, a compreensão e a leitura.

Quem já possui o tal "livro", afirma que sua maior vantagem e relação aos nossos papiros/pergaminhos está na sua praticidade. Enquanto um papiro só pode ter no máximo 10 metros de informação escrita, o "livro" guarda centenas de "páginas", o que corresponde a centenas de pergaminhos/papiros.

Às vezes, informação demais atrapalha, devo ser retrógrado ou algo assim. Mas ainda assim, estou tendenciosamente interessado nessa "novidade". Mas esses bárbaros, amantes da tecnologia, parece que nunca vivenciaram, (ou já se esqueceram pelo visto) do prazer pela busca em uma prateleira por um pergaminho específico e na busca por algo, encontrar outra leitura ainda mais interessante, há muito esquecido, porém, muito valioso culturalmente falando.

Em suma, ouçam o que eu digo: Passou-se mais de um milênio e o pergaminho sempre foi nossa principal fonte de consulta e de registro. Acho improvável que este tal "livro", essa invencionice moderna faça o pergaminho cair em desuso... Esses novidadeiros... Quem acredita nesses devaneios? Deixe-me voltar pro meu rolo de pergaminho que eu ganho é mais...

Guttwein,T.

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!

sábado, 8 de maio de 2010

Saudosismo...


Minha letra já não é como foi outrora. Antes, era meio que uma obrigação ter uma letra bonita, afinal, só tinha a opção de escrever. Como era bom enviar cartas... Além do que, a memória precisa de um suporte, para que nossos pensamentos não virem pó...

Mas algo que sempre me incomodou são as marcas e o esfolamento que a borracha deixa no atrito com o papel. As palavras rabiscadas. Olhando o resultado após algumas rasuras, fico meio que desanimado.

Por isso acabei cedendo tanto aos netbooks e ao smartphone ou tecnologia que os valha. Facilitam a transferência das informações para o micro ou para internet e claro, o problema das rasuras que tanto me incomodam, deixam de existir.

Apesar de contraditório, a questão é que gosto do ato físico de escrever. É gostoso pegar um lápis e desbravar uma folha de papel em branco. É como ser um artista que pinta um quadro (a grosso modo).

Por um período da minha vida, utilizei maquinas de escrever. Primeiro, uma manual, depois, uma elétrica, ambas do meu pai. Ele usava, nada mais natural que eu também as utilizasse. Hoje, tenho lá minhas dúvidas se conseguiria retornar a esses tempos. Mas a saudade dos sons que embalavam e compunham o gesto de escrever nelas nunca sairá da minha cabeça...
Com o computador, nunca mais perdi um trabalho, mas a irritação nos olhos por causa da tela e o risco de adquirir uma LER/DORT é inegável rsrs...

O caso é que, o contato com um teclado, um mouse e uma tela é meio que asséptico. O cheiro, os sons variados, e a textura do papel é algo que não consigo superar. Você escrever através de um computador, nem de longe, se assemelha a escrever manualmente ou por meio de uma máquina de escrever. Hoje não consigo reconhecer minha presença pessoal nos textos que escrevo. Sou eu, mas é como se não fosse.

Hoje, por meio do micro, é tudo anônimo. Mais abstrato impossível, beirando o impessoal. Aliás, nesses nossos tempos, o que não é assim?
Guttwein,T.

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Oficialização da ignorância???


Lendo a Revista ÉPOCA de 19 de abril de 2010, me deparei com a seguinte matéria na coluna Mente Aberta: "Menas", por favor!

A matéria em questão traz o linguista Ataliba Teixeira de Castilho, autor da Nova Gramática do Português Brasileiro, defendendo o jeito "brasileiro" de se falar. Para resumir as quatro páginas em que a revista trata do tema, Ataliba defende que haverá um tempo em que nossa língua portuguesa se tornará tão brasileira, que formas consideradas erradas, fora da norma culta, serão dadas como corretas; e exemplifica: "ni mim", "tafalano no telefone", e "quem que chegou". "Acho que em 200 anos, teremos uma língua brasileira, totalmente diferente do português europeu e do africano", diz ele. Sobre a obra lançada recentemente, argumenta: "Não estou preocupado com o certo ou o errado. Fiz um retrato da língua como ela é falada no Brasil (...). A revista alerta que "o livro não deve ser usado como uma referência de como falar ou escrever dentro da norma culta".

Então vejamos, faço este post porque fiquei indignada com o que li. Claro que, acima, está apenas um resumo e recomendo que leiam a matéria completa aqui para que tirem suas próprias conclusões. O que me deixou abismada foi ver um educador defendendo esse tipo de coisa. Por mais que ele seja um estudioso sobre o assunto, professor renomado e que tenha objetivos científicos, não consigo enxergar a utilidade de uma publicação como esta em uma revista de grande circulação como a ÉPOCA.

Na verdade, o que não me permito concordar é que, falar utilizando termos que são aparentemente corriqueiros, que fogem às regras mínimas da língua portuguesa, mereça destaque a um linguista. Concordo que não é viável que falemos exatamente o português de Portugal. Mas também, aceitar qualquer variação como regra, excede um pouco o meu limite de tolerância. Podem me chamar de conservadora, mas não posso aceitar a defesa de que um idioma tão maravilhoso como o nosso, passe a ser falado e escrito, de maneira totalmente popular.

Em um país em que o índice de analfabetismo é enorme, entendo que uma obra dessas faz pensar que todos nós devemos nos adaptar a ignorância, e não batalharmos para que todos tenham acesso a uma educação de qualidade. Não é porque a maioria da população fala de maneira errada, é que devemos encarar isso com naturalidade, e pior, chamar de "português brasileiro", seja daqui há 20 ou 200 anos. Para mim, mais útil seria que educadores de tanto renome lançassem obras e criassem idéias para que, grande parte da população ignorante, tivesse acesso a mais educação e mais cultura. Falta sim, muita leitura e principalmente interesse ao brasileiro.

Incentivar uma população (que considera música algo como "Rebolation", idolatra as mulheres frutas e o funk, e lê no máximo o álbum de figurinhas da Copa) a falar de maneira não culta, só fará crescer a ignorância, que já é tamanha no Brasil.

Deixar com que nosso idioma seja falado com termos populares e que estes sejam considerados corretos, só reforça a pobreza cultural do brasileiro... estão querendo emburrecer (ainda mais) a nossa língua portuguesa. E uma aceitação disso, seria a oficialização da ignorância!!!
Ariane Aleixo

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!



segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quero ver...

Não há como criticar... Querer melhorar de vida é algo inerente a qualquer ser humano. Sonhar afinal, com coisas acima de nossas possibilidades... Quem não gosta? Até eu que sou mais bobinho gostaria de ter aquele Ipad novinho...

Porém, é triste constatar em certas pessoas, um certo brilho - o brilho da cobiça – no olhar. Passam a vida querendo mais, sempre muito mais, fazendo isso ou aquilo para suprir uma necessidade fútil na grande parte das vezes.

Talvez de nascença, com certa cultura – não necessariamente à dos livros, mas caso seja, ótimo, uma certa vocação para o bom gosto e alguma sensibilidade, é só olhar em volta com atenção, mas não só com os olhos; que para aprender, é preciso usar os cinco sentidos e sobretudo os outros, aqueles que não têm nome.

Grande parte prefere o óbvio. Antes de ir ao teatro ou ao cinema, lê a critica e já chega ao evento com opinião formada. E quando resolve tecer algum comentário a cerca, analisa quase tudo, afinal, já leu sobre e simplesmente repete. Nítido papagaio de pirata. Sim, existem, e aos montes.

Igual a nota de 3 reais, está cada vez mais difícil encontrar alguém por ai que tenha uma opinião pessoal para fornecer – mesmo que errada - sobre seja lá o que for. Todos gostam dos mesmos roteiros para férias, as mesmas músicas, os mesmos ringtones, os mesmos filmes, restaurantes, carros, relógios, animais exóticos, tatuagens... A lista para a falta de originalidade é grande, melhor cessar por aqui...

Como seria bom encontrar alguém para conversar que não tenha medo do politicamente incorreto. Não concorda com homossexuais? Exponha sua opinião! (Um exemplo). Contanto que seja sua opinião, seu pensamento, e não aquilo que ficou combinado moralmente, que não seja o pensamento uníssono, tão aceito por ai. Que tenha coragem afinal, para confessar sua ignorância quando necessário, diante de certos assuntos. Assim como, ter a coragem para, diante de certos assuntos, dependendo dos argumentos, ser humilde para voltar atrás e concordar.

Só se valoriza o que é único! Que graça tem rasgar os continentes dentro de um avião, e comprar a mesma mercadoria que temos por aqui, lá no outro extremo do mundo? Aliás, agora, qualquer camelô tem pra vender, com etiqueta e tudo...

Cada pessoa é especial por isso, por ser única. E é ai que acontece o amor; Tal pessoa é única em seus traços, em sua personalidade, em sua inteligência. Quer falar de interatividade? Que tal iniciarmos uma campanha, tipo as do twitter, algo como #unicalíssimo, para ver se as pessoas começam a se destacar nesse mundo cada vez mais homogêneo.

A questão não é ser mais, nem querer ser diferente disso ou daquilo: O lance é ser único! E nós, do Além do que se Vê tentamos sempre ser assim...

Guttwein,T.

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!



sábado, 17 de abril de 2010

Pedófilo. Na condição de padre...


Pensei muito antes de começar a escrever sobre isso, já que é um tema em que a mídia vem se esbaldando e que causa sempre muita polêmica. Fiquei pensando se valia mesmo à pena refletir sobre isso, já que procuro evitar os temas "batidos". Mas, cheguei à conclusão que precisava escrever, pois me causa tamanho repúdio que não consigo ouvir sobre isso e simplesmente fingir que não existe.

Sabemos que sempre ocorreu, mas nunca a mídia falou e denunciou tanto inúmeros casos de pedofilia. Esta em si já causa repugnância. Mas, nessas últimas semanas, muito se falou em pedofilia praticada por padres católicos. Fico ouvindo denúncias, imagens gravadas com câmeras escondidas, pronunciamentos que vem dos membros do Vaticano e penso: "caramba, é uma sujeirada sem tamanho!"

Sabemos que o mundo já não anda lá essas coisas... que pessoas sem caráter existem aos montes! Mas pensar em um padre que pratique esse tipo de ato, é pra se revoltar. Não quero aqui entrar numa discussão religiosa. Cada um com suas crenças e o respeito é sempre primordial. O que quero é alertar sobre como pessoas que, em tese, deveriam agir em nome do bem comum e maior, usam de um título (ou qualquer outra forma que queiram chamar) para se aproveitar sexualmente de crianças "às escondidas". Quer dizer, você tem aquela pessoa como líder religioso, símbolo de confiança, fé e bondade. Entrega seus filhos à Igreja, julgando estar colocando-os no melhor caminho, se orgulha por escolherem "servir a Deus" como coroinhas e o que obtém de retorno? Um padre que alicia seus filhos! Um padre não, pois isso não pode ser chamado de representante de coisa alguma. No máximo, representante de total canalhice e falta de caráter!

Ouvir relatos como: "ele me pediu um beijo na boca", "ele me chamou após a missa e passou a mão em mim" e muitos outros absurdos de crianças abusadas por esses calhordas, revolta até mesmo o mais religioso. Os únicos que se mantêm inertes são os "tops da Igreja Católica". O Papa e outros Bispos responsáveis vão levando as denúncias como se nada de mais estivesse ocorrendo. Transferem um padre denunciado aqui, outro acolá, e assim permanecem com seus "cargos" intactos, enganando milhares de pessoas.

E ainda ouvimos de advogados: "não é uma questão de pedofilia, mas sim de homossexualismo". Ah, faça-me o favor! O certo é que dentro de uma instituição religiosa católica não houvesse nem um, nem outro. Quando os padres optam por esse caminho, já sabem dos votos de castidade e ponto. Submetem-se a isso em prol da vida que escolheram. E o que temos que engolir é que o homossexualismo dentro da Igreja, vindo de um padre, ameniza a pedofilia praticada por ele? Sem comentários! A questão é que a Igreja Católica prega o celibato sacerdotal e todos os padres católicos já sabem disso e se dispõe a viver assim, sem atração por homens ou mulheres, quiçá por crianças!!!

E as famílias que passaram pelos abusos, como ficam? Como se forma a cabeça de uma criança que foi abusada sexualmente em qualquer circunstância? Mais pra frente, ela se lembrará que não pode confiar nem em um padre... como confiará em outra pessoa? Como irá lidar com questões amorosas? Como vai curar o trauma que viveu?

É simplesmente absurdo! Fico me perguntando, qual é a pena que merece esse tipo de gente? O que merece um "pedófilo na condição de padre"? É melhor não pensar, pois quando imagino um desses na minha frente, penso em voltarmos a aplicar o antigo Código de Hamurabi e sua famosa Lei de Talião... "pra bom entendedor, meia palavra basta"!

Ariane Aleixo
Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!



quarta-feira, 14 de abril de 2010

Obviedades obscenas...

De onde será que surgiu essa idéia? Acho que a primeira pessoa na história que se deparou com isso deve sim, ter tomado um susto, caso estivesse atenta. Há de se concordar que, se hoje a idéia de andar por ai como um outdoor ambulante esta para lá de banalizada, outrora não foi assim, e isso só foi assegurado por algum criativo/desesperado/corajoso de um passado remoto, que aceitou pagar esse “mico”, tendo em vista sua causa.

Seja esse fulano longínquo, um vendedor matuto, um ativista político extremista ou até mesmo um simples vendedor dedicado as ânsias do patrãozinho, a verdade é que, ao inaugurar o antes virgem espaço nobre, localizado logo abaixo do pescoço como uma vitrine, nosso virtuoso desbravador jamais poderia imaginar os rumos que sua invenção tomaria...

Falo isso porque, outrora, o espaço até tinha como objetivo mor, transmitir uma mensagem positiva, tal como... “doe sangue”, “vá ao teatro”, e assim por diante, mas hoje, não passam de frases que não tem sentido algum, beirando o engraçado!

Se pararmos mesmo para refletir, acho que a graça não está tanto na estampa, mas sim no contexto no qual ela esta inserida. Em um domingo, em plena Av. Paulista, me deparo com um senhor já de idade, acompanhado de seu andador e seus óculos, trajando os seguintes dizeres devidamente traduzidos: “Essa máquina mata fascistas” (?) com um esboço de guitarra para complementar a coisa.
Fato: Ou ele passou em algum saldão que vira e mexe tem ali pela Paulista, ou foi agraciado por algum netinho espirituoso...rs

Depois disso, passei a observar melhor o que circula pelo corpo das pessoas e em inglês, cito a pérola, “I Love my big shit lifestyle(whatever)”. Bom, talvez dê para desculpar. Afinal, já amou-se tantas coisas ao longo dos anos, que talvez, o cara que estampou isso, ficou sem repertório... Agora, o triste é tentar imaginar o que leva alguém a comprar algo assim!

Óbvio que não fujo dessa classe que quer se expressar por meio de camisetas. Nunca me esqueço da primeira que ganhei desse gênero. Já traduzida, estava escrito “Faça aquilo que você mais teme”. Pra mim, até hoje, faz muito sentido, mas para a atual geração... Tenho lá minhas dúvidas.

Em suma, apesar desse meu exemplo que considerei positivo para meu desenvolvimento, a única explicação que tenho para justificar esse fenômeno de estamparias é de que a banalização, tanto da moda, quanto do discurso, transformou as camisetas em telas brancas a serviço da mediocridade. Falta mesmo é bom senso para a grande maioria. Expressar-se é uma coisa, querer ser palhaço ou fantoche manipulado é outra bem diferente...
Guttwein,T.

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Pra quem se interessar, a história de Ari e Gutt...


Senhoras e senhores que nos acompanham neste blog... como disse outras vezes, tanto eu como o Gutt, não gostamos de texto ao estilo "querido diário"! Mas, hoje, especialmente hoje, se faz necessário um post sobre a tão escondida vida pessoal dos autores deste espaço!

Vamos lá... hoje, dia 08/03/2010, é um dia extremamente especial. Muitos de vocês dirão: "ta, ta, é dia internacional da mulher". Sim, é (e deixo aqui um parabéns especial a todas as guerreiras). Mas, não é só isso. Hoje, faz exatamente 2 anos que os autores que vos falam sempre aqui, decidiram enfrentar todos os riscos e todas as incertezas, para trilharem uma vida juntos. Sim meus caros, há 2 aninhos atrás (08/03/08), eu e o Tiago (vulgo Gutt, rs!) começávamos nossa linda trajetória de amor.

E esse texto é pra homenagear este homem sem igual que cruzou meu caminho. Sabe aquela história que a agente houve sobre "um amor que caiu de paraquedas" em nossas vidas? Pois é, o Tiago aconteceu assim pra mim! Mas, ele caiu como um raio! Um homem forte e cheio de personalidade que conheço há mais ou menos 13 anos, mas que só entendo e compartilho de sua vida real há 2.

Temos uma história curiosa. Éramos amigos de colégio, crianças apenas quando nos conhecemos. Eu, uma menina cheia de amigos e sempre enroscada com algum "amiguinho". Ele, o menino de óculos, moletom e boné, extremamente engraçado e companheiro. Depois de anos estudando juntos, eu comecei um relacionamento com um dos garotos mais populares da sala no 1º colegial. Sabe aquele bagunceiro-rebelde que todas as meninas sonham em ficar? Eu fiquei. E mais, começamos a namorar. Um relacionamento difícil, cheio de brigas feias, um amor forte, mas doentio. E isso perdurou por exatos 6 anos. Nesse tempo, em todas as alegrias de meu relacionamento, tinham também as brigas, e as longas conversas com o meu amigo de óculos para me consolar e aconselhar. Sempre conversas com muito respeito e muita amizade. Nenhum sentimento transparecia entre nós, a não ser a amizade. Eu amava meu namorado de forma louca e o Tiago era muito amigo de meu namorado e o considerava muito. Mas eu gostava muito de ouvir o Tiago. Na época de colégio, ele era o "Almeida", apelidado carinhosamente pelos amigos de "Almeidão", devido ao seu comportamento engraçado. E eu, nas longas conversas, descobria um menino maduro, sério, inteligente e companheiro. Mas era só isso.

Terminamos o colégio, cada um pro seu lado. Eu mantinha meu namoro e também contato mínimo com o Tiago como amigo, apenas para contar de nossas vidas (já que meu namorado tinha um ciúme absurdo dessa nossa amizade).

Enfim, pra encurtar, após 6 anos de relacionamento, dando minha vida pelo rebelde, uma decepção tremenda. Descobri uma traição. Meu Deus, eu não acreditava naquilo. Parecia que minha vida acabaria ali. Fiquei arrasada, depressiva, em choque e com ódio, querendo que ele sofresse muito para pagar a dor que me causou. Após 6 meses de sofrimento intenso, decidi me reerguer. Comecei a pensar em mim, no que o ódio tinha feito comigo enquanto olhava ele ser feliz com a outra, os dois construíram a felicidade em cima de mim e eu ia ficar levando a minha vida pro buraco. Não mesmo. Ergui-me. Decidi que curtiria minha vida, sem homens! Queria distância deles, queria apenas saber de mim mesma. Comecei a sair com amigas... farra total! Estava mesmo adorando aquela bagunça! E enquanto isso, aquele meu amigo de colégio ficou sabendo do término do meu namoro e desacreditou. Ele me dizia que voltaríamos, que nosso amor era maior e tudo mais... ele acompanhara de perto todo meu relacionamento por anos. Sabia de tudo. E nossas conversas voltaram a ser longas, mas agora nada de consolos! Riamos muito juntos, tudo pela internet. Recadinhos pra cá e pra lá. Flertes provocativos (como ele mesmo gostava de chamar). Eu adorava o jeito com que ele me irritava. Era um legítimo ariano! Fazia anos que não nos víamos pessoalmente. Olhando as fotos dele do Orkut, quase não acreditava. Não era possível ser o mesmo! Ele estava extremamente lindo! Olhos sedutores, sorriso encantador. O menino gordinho de óculos tinha ficado no passado. As conversas dele continham uma inteligência que me deixava tonta. Eu apenas queria vê-lo logo.

Ele, por sua vez, fazia um joguinho duro. Me provocava muito, e dava a entender que queria o mesmo que eu. Mas, fugia de um encontro. Eu dizia que ele fazia "um doce". Ele se justificava: "apenas temos que analisar: se fossemos colocados lado a lado, olharíamos na mesma direção?". Nossa, que homem complicado!

Enfim, após um mês de conversas através da internet, sem nos falarmos nem por telefone, ele aceitou me encontrar. Ele me pediu uma sugestão de local, eu disso um parque, e ele aceitou. Nossa, eu estava espantada. Que homem hoje em dia aceita ir a um parque pra conversar? Mas, eu era "menina certinha" e ele sabia disso! Rsrs!

Chegando ao local marcado (que ainda não era o parque), nos olhamos brevemente. Eu não queria ficar olhando muito pra ele, analisando os detalhes de como ele tinha mudado. Ora, era só meu amigo de infância que estava ali. Eu estava encantada com ele! Fomos para o parque. Descemos do carro e a primeira coisa que ele fez foi pegar na minha mão. Caramba, eu realmente estava impressionada. Um cara que pensa em pegar na mão?? Minhas amigas não acreditariam!

Conversamos muito, mas muito mesmo. Falei de tudo que tinha passado, detalhes de meu antigo relacionamento. Ele me contou da vida dele, coisas que ele tinha feito e que eu discordava, detalhes dobre ele que eu jamais imaginava. Eu começava a entender porque ele me dizia tanto na net que éramos muito diferentes, que jamais daríamos certo. Mas o que mais eu poderia fazer? Eu estava encantada por aquele homem, mas ao mesmo tempo com medo de me envolver de novo e sofrer. Depois de muita conversa, ficamos em silêncio e nos olhamos profundamente. Meu Deus, eu me perguntava como aquilo tinha acontecido entre nós. Eu só queria tê-lo perto de mim. Estava muito ansiosa por aquele momento, mas com vergonha de agarrar meu amigo de infância. Ele me olhava de um jeito... não pensei mais! Beijei-o. Beijei-o com toda a vontade. Ele respondeu na mesma intensidade, segurando forte o meu cabelo, me encantando mais. Quando abrimos os olhos, nos olhamos surpresos. Tímidos talvez. Atrevidos talvez. Não existia mais nada ao redor. E eu?? Eu tinha agarrado meu amigo! E estava feliz da vida por isso! Depois disso, ficamos ali, muito juntos, meio deslocados ainda, mas muito juntos. Só percebemos a hora avançada quando um segurança do parque veio nos avisar que o parque ia fechar. Que papelão! A noite se estendeu e apenas ficamos juntos, namorando como adolescentes.

Indo pra casa, eu não conseguia acreditar naquilo tudo. Que homem era aquele que nunca tinha enxergado? Ele era perfeito. Eu estava apaixonada. E ele me olhava de tal forma que me fazia sentir a mulher que ele estava esperando há muito tempo. Era mágico.

Tempos depois, abri o Orkut e me deparei com uma alteração no perfil dele: o "solteiro" agora estava "namorando". Me assustei. Seria comigo? Liguei pra ele e perguntei logo. Ele confirmou que sim e disse que ele estava me esperando há muito tempo. Não foi difícil me entregar aquele amor. Nossos amigos de colégio não acreditavam!

De lá pra cá, passamos por muitas coisas. Somos muito parecidos, mas extremamente diferentes. Nosso relacionamento logo era uma paixão intensa, tínhamos sede um do outro. Ele se demonstrava o homem que sempre sonhei, aqueles príncipes dos contos de fadas. Eu estava loucamente apaixonada. Logo apelidei seu olhar pra mim de "fogo e mel", pois tinha uma paixão louca e uma ternura absurda.

Hoje, após 2 anos, o que sinto é exatamente isso que relatei pra vocês. Uma paixão que se transformou num amor lindo, intenso. Passamos por muitas dificuldades. Nossas vidas pessoais tomaram rumos horríveis, levamos muitos tombos. Nossa vida a dois estava no meio de um turbilhão. As coisas ainda não estão fáceis, mas, estamos tentando encontrar forças juntos. Sabemos que foi devido às dificuldades que nossa relação se fortaleceu mais. E sabemos, vamos conseguir tudo que queremos, JUNTOS.

Amor, quero que saiba o quanto você é importante pra mim. Um presente abençoado que veio pra me fazer renascer. Você faz com eu me sinta a mulher mais amada e desejada de todas que possam existir. Sei que as dificuldades nos fazem tropeçar, mas mesmo após 2 anos, você me olha da mesma forma como olhou naquele parque após o nosso primeiro beijo. E saiba que te olho da mesma forma: encantada... apaixonada por ti amor da minha vida! Tenho orgulho da nossa história, de como estamos construindo nossas vidas. De sermos DOIS EM UM, assim, intensamente e incondicionalmente. Tenho orgulho de ti Amor, pelo homem que você é. Fui realmente premiada. Tenha certeza que o que sinto por você é algo indescritível, é a forma de amor mais verdadeira que há em mim. Obrigada por surgir como um raio de felicidade em minha vida. Obrigada por ser meu companheiro, meu amigo, meu confidente, meu ouvinte (sei que falo demais), meu amante... obrigada por sua sinceridade de sempre (uma de tuas maiores qualidades), por nossos momentos de alegria e de tristeza... obrigada por nossas danças, por nossas conchinhas, por nossos olhares, por nossos abraços... obrigada por ter me escolhido pra seu TUA MULHER! Obrigada por fazer mágica na minha vida Amor... por aceitar ser MEU!

Fica registrada aqui minha declaração de amor pra você. Para os blogueiros, o Gutt. Para os velhos amigos de colégio: o "Almeida". Para outros amigos e familiares, Tiago. Para mim... MINHA VIDA, o homem mais especial e mais maravilhoso. Perfeito pra mim... Que nossos anos juntos se multipliquem pelo infinito... EU TE AMO!

P.S.: Segue aí a música que sempre falo pra você. Foi o que você fez comigo...

You Can Do Magic

America

Composição: Russ Ballard

I never believed in things that I couldn't see
I said if I can't feel it then how can it be
No, no magic could happen to me
And then I saw you

I couldn't believe it, you took my heart
I couldn't retrieve it, said to myself
What's it all about
Now I know there can be no doubt

You can do magic
You can have anything that you desire
Magic, and you know
You're the one who can put out the fire

You know darn well
When you cast your spell you will get your way
When you hypnotize with your eyes
A heart of stone can turn to clay
Doo, doo, doo ...

And when the rain is beatin' upon the window pane
And when the night it gets so cold, when I can't sleep
Again you come to me
I hold you tight, the rain disappears
Who would believe it
With a word you dry my tears

You can do magic
You can have anything that you desire
Magic, and you know
You're the one who can put out the fire

You know darn well
When you cast your spell you will get your way
When you hypnotize with your eyes
A heart of stone can turn to clay
Doo, doo, doo ...

And If I wanted to
I could never be free
I never believed it was true
But now it's so clear to me

You can do magic
You can have anything that you desire
Magic, and you know
You're the one who can put out the fire

You know darn well
When you cast your spell you will get your way
When you hypnotize with your eyes
A heart of stone can turn to clay
Doo, doo, doo ...

You're the one who can put out the fire...

Ariane Aleixo

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!


sábado, 6 de março de 2010

Peixe fora d’água...


Sei que é uma discussão antiga, e que muitos irão achar que o tema é meio "batido"... masssss, por que sempre esperamos que os outros ajam conosco da mesma forma que agimos ou agiríamos em determinada situação? Quero dizer, por que muitos de nós ficamos extremamente decepcionados quando esperamos uma atitude do outro e esta não vem? Pelo contrário, recebemos uma atitude muito, mas muito pior!

Nunca pensei em colocar nesse blog textos sobre minha vida, ou aqueles textos estilo "querido diário, hoje..."! Mas, como uma autêntica virginiana, intolerante e perfeccionista, me indigno ao perceber que fiz, faço e farei tudo por quem amo e considero e o que tenho dessas pessoas (claro, algumas delas) é um simples e frio descaso!

Já se sentiram assim?? Quando você espera de outra pessoa no mínimo que ela se importe e ela não se importa? E mais, encara isso com naturalidade e tranquilidade! Já ouvi de pessoas próximas e até de meu próprio pai (especialista na arte de analisar comportamentos) que o problema sou eu. Ele diz que me importo de mais com o próximo, e me importo mais ainda (diríamos fora do normal) com os mais próximos a mim. Dói no coração quando preciso dizer um NÃO para alguém que tem grande importância em minha vida.

Agora digam, sou tão alienígena assim? Sou louca, doente, problemática, sonhadora? Ou apenas normal demais?

Quero que entendam que coloco essa questão em debate aqui como desabafo, mas também para ouvir a opinião de vocês a respeito. Será que atualmente, o tempo é tão curto para vivermos, que para viver intensamente temos que desprezar o amor em larga escala, o bom senso? Pensar antes de agir está totalmente em extinção? Pensar que "se relacionar é nada mais que uma TROCA" virou provérbio dos tempos de nossos avós?

Juro, não é querendo ser a "senhora perfeita" (longe de mim, pois tenho inúmeros defeitos), mas penso tanto quando vou agir desta ou daquela forma, penso se isso magoará alguém, se vou errar, se estou sendo injusta... E me deixa enfurecida saber que cada um age por si mesmo, e que se fo**m os outros! Caramba gente, às vezes me dá "um de repente" e tenho vontade de montar uma cabana no mato e ir morar lá! Será mais fácil?

Sério que, ultimamente, tenho planejado largar tudo e fazer essa experiência... hunpf!!!!
Ariane Aleixo

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Desde sempre...

prontinha para ser entregue...

Seu comércio não ia tão bem como outrora. O bairro do Bom Retiro andou crescendo e a concorrência está cada vez mais acirrada. Porém, o seu diferencial permaneça intacto e isso era umas das coisas da quais Ling tinha para se vangloriar, mesmo levando-se em conta que as tradições milenares não parecem se renovar entre os mais jovens... entre os que nasceram foram da República Popular da China, e tiveram, na sua visão, a infelicidade de nascer “nisso” que apelidaram de Brasil.

Em Suzano, região metropolitana de São Paulo, o seu melhor fornecedor permanecia intacto, sempre fiel e pontual, mas ainda sim, Ling insistia que a “qualidade da matéria prima” poderia melhorar. Cobrava isso, até porque, pagava caro pelo que recebia. Cada “peça” girava em torno de 180, 200 reais.

Não bastando as dores de cabeça frequentes ocasionadas pela disputa com os rivais de comércio, Ling recebeu o baque final por esses dias, por assim dizer. Soube que seu fornecedor ficará impedido de lhe fornecer sua iguaria tão requisitada. Seu diferencial. A polícia baixou por lá e prendeu seus contatos... no Brasil, ao que parece, o que é tão habitual para ele e seus congêneres, mostra-se como crime.

Porque vacas, ovelhas, javalis, galinhas... enfim, porque tudo isso é visto com naturalidade e o que eu vendo não? – Pensava Ling. Qual a diferença? Não é tudo comestível, proteína do mesmo jeito?

A cabeça dos ocidentais era mesmo indecifrável, esses costumes questionáveis... E Ling nunca teve vontade de realmente se integrar a realidade do país. Vivia para sua família e para seu comércio. E só. Agora então, com mais esse problema, sua ira chegou ao nível máximo.

Tentou falar com “Roberto”, seu fornecedor, e só obteve a informação do paradeiro do mesmo através de um familiar. Estava preso. O parente do mesmo lhe disse que uma leva de cães já estavam enjaulados, uma beleza, cada um mais gordo que o outro, prontos para o abate, mas por causa de denúncias da população das cercanias, a polícia baixou no “açougue” e prendeu todo mundo.

Para Ling bastava de notícias ruins por hoje. Fechou o restaurante mais cedo e foi para casa... precisava ver algo na internet. Primeiramente acessou páginas referentes a sua terra natal e para sua surpresa se deparou com a seguinte noticia: China lança projeto de lei para proteger os animais(cachorros e gatos) dos maus tratos, e inclui 15 dias de prisão para as pessoas que comerem tais carnes, informava o jornal “China Daily”.Quem violar a nova regra pagará entre US$ 1.464 até US$ 73.239 de multa ao governo.

Sequer fez o procedimento padrão para desligar seu micro... Puxou-o da tomada sem o menor remorso tamanha raiva que lhe acometeu... Simplesmente pôs as mãos na cabeça e ficou meditando frente ao monitor. Os tempos estão mudando...
Guttwein, T.

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Dignitas...

O propósito estava definido há muito tempo. Aliás, tinha até fila de espera para tal, e havia chegado meu momento. Óbvio que sem o apoio da família, ninguém julgava certo ter de fazer tal coisa, mas... Na sua cabeça, cada qual que faça o melhor juízo de sua vida, e para ele, estava mais do que claro o que fazer.

Antes de chegar ao seu atual destino, tentou sem sucesso viagens para Holanda, Bélgica ou Luxemburgo. Para Washington ou Montana(nos EUA) ele também não obteve êxito. Restou então a Suíça. Ludwig Minelli estava a sua espera, por assim dizer... “É um direito Humano” dizia Minelli. Concordo, é um direito meu.

A integridade do lugar parecia inquestionável, talvez daí um dos motivos da escolha. Até o momento,soube de 1000 casos semelhantes ao seu ocorridos por lá. Imagino que, quando eu chegar, serei hospedado em um quarto simples. Quando tudo estiver certo, serei alocado para uma espécie de divisão mais apropriada, onde uma mistura química (inalatória ou não) que neutralizará meus sinais vitais... Imagino nada, sei perfeitamente que assim será. Essa que é a verdade.

Questiono-me se a vizinhança não se rebela contra essa instituição... Está localizada num bairro residencial. Não é porque a legislação do país aceita esse tipo de prática, que a população acaba concordando. Isso eu até compreendo. Não deve mesmo ser muito agradável almoçar sabendo que acontece esse tipo de coisa no seu vizinho.

Segundo o próprio Minelli, apesar da cena ser forte, devido aos violentos espasmos, quem por isso passa, não sente dor alguma. É uma reação do corpo que já se encontra sem vida. A consciência já se foi. Com ela a dor. O resto é espasmo mesmo...

Ter um câncer maligno no córtex nunca foi uma coisa muito animadora em minha vida. Chega a ser esbasbacante falar dessa maneira. Como poderia ser animador? Mas também, do que adianta prorrogar essa dor sem fim. Tem dias que praticamente perco meu juízo de tanta dor que sinto... Coragem para enfiar uma arma na boca e apertar o gatilho me falta também. Por isso dessa escolha. Viajar para a Suíça e cometer o suicídio assistido...
O questionamento que meus parentes fizeram eu não soube responder – Somos meros animais, que procuram o abatedouro mais próximo, assim que a dor nos visita? – Essa me pegou desprevenido, mas ainda assim, segui com minha opção. Cada um sabe a medida de sua força diante da sua dor... Por gentileza, joguem minhas cinzas ao mar...
Guttwein, T.


Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Conexões...

Origem da Imagem (foto): http://www.scielosp.org/scielo


Andar pelas ruas de Madri, nos arredores do San Bernabeu, definitivamente não é para qualquer um. Que dirá se tiver jogo do Real. Imigrantes definitivamente não são bem vindos por aqui Mas como sou espanhol, não tenho muito que temer. A não ser que eu não fosse torcedor do Real e desfilasse por aqui com qualquer outra camisa... seria pedir para arrumar confusão.


O que me chamou a atenção nessa tarde, não foi a aglomeração de skinheads da Ultrasur ( torcida organizada de ultradireita do Real Madri), muito menos o grande número de policias que foram destacados para fazer a segurança desse jogo... e sim um pequeno cartaz que vi fixado em um poste.


Havia uma foto do Rio de Janeiro, do Cristo para ser mais exato, e logo abaixo umas mulatas semi nuas, e o convite:Em época de carnaval, visite o país da sacanagem. Libertinagem com mulheres, garotas, meninos e meninas...Pacote completo, satisfação garantida! Consulte-nos!


No bar, logo após o jogo, questiono alguns camaradas, a respeito do cartaz que estava fixado próximo a nosso bar. Ninguém tinha nada de concreto para me dizer, apenas falaram que era “alguém forte” da região, que estava a bancar esse tipo de turismo inusitado, com respaldo de gente grande do governo... Meras conspirações imaginei. Quero informação, não suposições.


Liguei no dia para a tal agencia e marquei com um corretor, para obter maiores informações. Sempre quis conhecer o Brasil... E para minha surpresa, por meros 4.000 euros, viajaria para o Brasil e teria garantida a “companhia” de meninas ou meninos da idade que eu escolhesse! Eles só não me garantiam os “muy chicos”, porque esses eram um pouco mais complicados de conseguir, mas de 10 anos para cima, era facílimo!


O corretor disse também que, se eu quisesse uma prévia dos acompanhantes que eu teria no Brasil, caso eu desse uma entrada, poderia conferir aqui mesmo em Madri. Autênticas “chicas brasileñas” a sua total disposição... e falava rindo, com a maior naturalidade... Mostrou-me um catálogo e pediu que eu escolhesse. Meu estômago embrulhou...


Eram crianças, 8, 10 anos, com pouca roupa, sentadas no colo de gente com o rosto desfigurado, para não serem identificados obviamente.Com o rosto mais lavado do cosmos, sorri-lhe e escolhi uma “mulatinha”. O encontro seria na rua Calle de Zurbano, 85, na mesma rua do Consulado Brasileiro em Madri. Que conveniente...


La chegando, todo o esquema estava previamente armado, assim que entrei no quarto, e fui apresentado a “la chica”, saco minha arma e me identifico como policial. Havia mais gente no quarto além do agente e da criança. Meus companheiros invadem o ambiente...


A criança saiu ilesa. Levei um tiro mas passo bem... e a rede nefasta de prostituição teve uma de suas conexões desmantelada...

Guttwein,T.

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Fim anunciado?


(...)

Dizem que, por volta de 1848, os barqueiros que cortavam o Rio Sena de madrugada, a trabalho, se guiavam sempre por uma luz advinda de uma pequena vela, que durante anos a fio, saía da janela de uma casinha a margem do referido rio... era um anônimo que preferia sempre o silêncio da madrugada para escrever cartas a sua amada...

(...)

O dia exato eu não sei precisar, e acho difícil quem se arrisque a dizer, mas em dado momento da História, aliás, da Pré-História, o homem, como no tal do Jogo Monopólio, avançou duas casinhas de uma só com uma única tacada. As casinhas correspondem aqui à escala evolutiva.


Passou a andar a pé e com carvão, começou a rabiscar (a sua maneira), seu cotidiano nas paredes das cavernas. Dois atos que os separaram em definitivo dos outros animais, que continuaram quadrúpedes e ágrafos.

Por isso, você que é pai/mãe, ou tem que cuidar de algum pestinha, não se zangue tanto quando seu filhote sair rabiscando a parede da sua sala com um lápis. Como vê, isso faz parte da cadeia evolutiva da humanidade!


Mas a questão que levanto aqui é a seguinte: Até que momento as crianças do século XXI, com suas mochilas mega equipadas com super notebooks, celulares de ultima geração e a mais variada gama de bugiganga eletrônica continuarão escrevendo... à mão?


É realmente de se pensar. Com um bendito notebook sempre a mão, porque “perder” tempo(?) e ocupar espaço com cadernos, lápis, lapiseiras, livros, gramáticas,dicionários...


Ou talvez seja um exagero da minha parte? Nos meus tempos de ginásio, independente de ter um micro em casa, isso não me impedia e nem me desobrigava do uso da tabuada, de uma boa régua, canetas variadas, apontador de lápis (e tudo o mis que era exigido na vida escolar). Mas só porque meu micro nunca foi portátil talvez...rs

Guttwein,T.

Além do que se vê...

Nossas postagens via FEED no seu email!