Esses dias, no meu local de trabalho, me peguei numa discussão sem fim com outra colega. Discutíamos sobre seguir fielmente as regras ou analisar individualmente cada situação.
Na verdade, como muitos já sabem, trabalho com vendas há 5 anos e adoro! E nesse longo tempo, nunca, mas nunca mesmo, discuti com nenhum companheiro de equipe por um cliente ou uma venda. Minha primeira líder, Verônica Ahrens, (a mais sábia e mais competente), me fez uma consultora de vendas batalhadora, ambiciosa e vencedora... mas, acima de tudo, ela me ensinou a ter bom senso. Ela me ensinou o valor do trabalho em equipe, bater metas com honestidade, ser sim racional, mas também, saber olhar com os olhos do coração e da alma dentro do “mundinho” dos negócios. Ela fez ainda mais: fez com que todos que trabalhavam comigo agissem da mesma forma, formando grandes profissionais, consultores reunidos numa equipe forte, unida e vencedora!
Isso tudo para explicar da discussão com minha colega. Disputávamos uma venda! Uma venda que realmente pensei muito antes de prosseguir com a discussão, já que aquilo para mim era totalmente baixo. Porém, eu não seria EU se simplesmente entregasse a venda para ela “de bandeja” sem expor meus argumentos, sem mostrar meu ponto de vista e brigar pelo que acredito e julgo certo.
Sem entrar nos pormenores, aconteceu que fui honesta demais... poderia ter enganado minha colega e ficado com a venda e ela nem perceberia. Mas não! Contei pra ela que havia ficado com um cliente dela por merecimento, já que ela não tinha se preocupado em tomar as providências para o fechamento da venda em questão. Mesmo o cliente sendo dela (dentro das regras), contei pra ela e esperava dela o tal bom senso de concordar com o fechamento em meu nome. Ela não só não concordou, como queria o cliente pra ela de volta... e fez um escândalo por isso! Envolveu a gerente na discussão, bradou aos quatro ventos sobre as malditas regras, usou-as vantajosamente a seu favor sem pensar em seu merecimento próprio, sem ser honesta consigo mesma.
E eu? Eu tentava mostrar a ela a análise da situação do ponto de vista ético e razoável. Sim, eu estava fora da regra. Mas a regra naquele momento, servia somente para que ela sentasse no comodismo e tirasse proveito. E assim ela o fez! Ela argumentava para a gerente: “eu estou dentro da regra!”. E eu dizia a ela que ela encarava as coisas como se estivesse com as mãos nas laterais dos olhos!
Enfim, eu poderia contar a vocês toda a discussão! Mas, isso não seria útil. Quero apenas questionar o profissional que se instala e se acomoda dentro de regras ultrapassadas impostas pela empresa. Quero expor toda a minha indignação diante da má fé das pessoas! Serei eu um ser anormal? Querendo que os outros reconheçam o seu não esforço honestamente? Quero expor meu sono mal dormido, meu inconformismo com o tal “jeitinho” e a cara-de-pau de se basear em REGRAS! Só se forem as REGRAS DO COMODISMO! E ainda assumir que ela se permite ter esse comodismo, pois assim foi estabelecido pela empresa. Não, não, não! Parem o mundo que eu quero descer! Quero ir para o mundo que meus pais me ensinaram a viver, onde minha primeira líder me ensinou a atuar e SER PROFISSIONAL. Um “mundo de negócios” digno e honesto, no qual o cérebro das pessoas deve ser como uma árvore (enraizado fortemente no chão, racional); porém, o coração deve ser como uma brisa suave.
Pra encerrar, um lema ensinado por amigos muito queridos: H.A.T. (Humildade Acima de Tudo). E eu acrescentaria: Honestidade Acima de Tudo!
“Até no mundo dos negócios, só com o coração se pode ver corretamente; o que é decisivo e aparentemente racional, muitas vezes é invisível aos olhos.” (Frase de Luis Paulo Luppa em “O profissional pit bull”).