ATENÇÃO!
Quem não gosta de ser enganado, vai adotar para si a seguinte denominação: “Vigilante Epistêmico”. Sim, quem “é” o que esse termo significa, sabe que deve se preocupar (e muito!) com tudo que lê, ouve e aprende dos outros seres humanos. Significa, no fim das contas, não acreditar em tudo o que é dito ou escrito por aí. Principalmente nas salas de aulas (faculdades, colégios e blablabla).
Viver nessa utopia, ingenuamente, é viver acreditando que tudo o que ouvimos é uma “verdade suprema”, ou seja, que nunca há uma segunda intenção do interlocutor... ora, ora, ora...
Um dado interessante: sabem por que crianças de até 3 anos adoram mágica, ilusões de ótica, truques? Porque segundo estudos, até essa idade, elas realmente são ingênuas, acreditam em tudo o que vêem. Mas, a partir dos 4 anos elas já percebem que não devem crer, adquirem no fim das contas, o tal do “desconfiômetro”. Mas o incentivo com tais mágicas é extremamente válido, assim, elas aprenderão a serem vigilantes epistêmicos!
INFELIZMENTE, muitos quando crescem, acabam se esquecendo disso e vivem num marasmo mental inexplicável, confusos e enganados, porque não conseguem separar o que é verdade do que é mentira.
E o que falar da imprensa ou dos meios de comunicação vigentes nessa selva em trevas que recebe o nome de BRAZIL?! ¬¬, que lamentavelmente não sabem, ou fingem não saber separar o joio do trigo! O Google, por exemplo, indexa tudo o que encontra pela frente na internet, mesmo que se trate de uma mentira ou uma bobagem descomunal.
Por um acaso você já se deu conta, que a droga do Google não coloca nos primeiros lugares quando de uma busca, os sites da USP, ou da Universidade de Oxford, Harvard, Cambridge, supostamente, instituições preocupadas com a verdade. Não seria o lema de Harvard, In veritas ? Esse tal site de buscas sequer usa o critério de seleção quanto à “qualificação” de quem escreve o texto no seu algoritmo de classificação.
Ph.Ds., especialistas, o Prêmio Nobel que estudou a fundo o verbete pesquisado aparecem muitas vezes somente na oitava página classificada pelo Google. Avaliem o efeito disso sobre a nossa cultura e a nossa sociedade em longo prazo!!
Atualmente, mais do que nunca, precisamos redobrar a atenção sobre dois aspectos com relação a tudo que lemos e ouvimos:
1) O mais óbvio e talvez mais difícil de se constatar de primeira é se o autor do texto está deliberadamente mentindo.
2) Se quem nos escreve ou fala conhece a fundo o assunto, se é um especialista comprovado, se pesquisou ele próprio o tema, se sabe do que está falando ou se é no fundo um belo de um idiota que ouviu falar e simplesmente está repassando o que leu e ouviu, sem acrescentar absolutamente nada!
Aumentar nossa vigilância epistêmica é uma necessidade cada vez mais premente num tempo que os tais gurus chamam de “Era da Informação”.
E me poupem de asneiras os infelizes defensores do Neoliberalismo (os progressistas também), que afirmam que todos têm liberdade de expressar uma opinião! Como se opiniões não precisassem de rigor científico e epistemológico antes de serem emitidas!
Infelizmente, nossas universidades não ensinam epistemologia, aquela parte da filosofia que nos ensina, nos propõe indagar o que é real, o que dá para ser mensurado ou não, e assim por diante.
Aparentemente, embora o ser humano nunca tenha tido acesso a tanta informação/conhecimento como atualmente, estamos estagnados na “Era da Desinformação”, porque perdemos nosso senso de autocrítica, de questionamento. Ninguém realmente ensina a pensar, nem nos ajuda a separar o joio do trigo.
Acho que é isso, cabe a cada um de nós agora, refletir sobre o que foi dito e passar a por em prática o questionamento quanto às informações que nos chegam... quem sabe as coisas não melhoram.
